Júlio Cândido Neuparth
Júlio Cândido Neuparth | |
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Nascimento | 29 de março de 1863 Lisboa |
Morte | 16 de março de 1919 |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Progenitores |
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Irmão(ã)(s) | Augusto Eduardo Neuparth |
Ocupação | escritor, jornalista, músico, compositor, professor, violinista |
Prêmios |
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Instrumento | violino |
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Júlio Cândido Neuparth OSE (Lisboa, 29 de Março de 1863 - Lisboa, Encarnação, 16 de Março de 1919) foi um músico, compositor, professor, jornalista e maestro português.[1][2]
Biografia
Filho do músico Augusto Neuparth e de sua mulher Virgínia Júlia de Oliveira Bastos e neto paterno do também músico Eduardo Neuparth e de sua mulher Margarida Boehmler.[2]
Seguindo a carreira musical que seu avô paterno, Eduardo Neuparth, e seu pai, Augusto Neuparth, tanto honraram, matriculou-se no Conservatório Real de Lisboa. Entrou para a Orquestra do Real Teatro de São Carlos em 1879, e ali se conservou até 1887, tendo, entretanto, concluído, com distinção, o curso de Violino em 1882 e os estudos teóricos em 1884.[1]
Neste Real Teatro, fez executar um dos seus primeiros notáveis trabalhos, Abertura em dó maior, sob a regência do Maestro Marino Mancinelli, que lhe rendeu os maiores elogios. A esta composição se seguiram outras para orquestra, tais como Selierzo, Minuetto capriccioso, Rêverie, L'Orientale, suíte de três números, e Parafrase de uma canção portuguesa. Compôs, ainda, Impromptu, para grande orquestra, e Quarteto, para instrumentos de corda, que obteve o 1.º Prémio no Concurso de Música de Câmara, em 1908. São, também, de sua autoria Sérenade e Alta Mazurka, para violino e piano, As Amazonas, Noites de Odivelas, Os Ciganos, e, em colaboração, Corte d' El-Rei Pimpão, Paródia à ópera Aida e Herança do Alcaide, e a música para a opereta A preta do Mexilhão, além de numerosas peças para piano e canto.[1]
Em 1895, foi nomeado Professor Provisório do Conservatório Real, onde regeu a Cadeira de Harmonia, cargo que passou a exercer, a título definitivo, em 1898.[1]
Destacou-se como violinista, até que uma doença nervosa o forçou a renunciar ao seu instrumento favorito.[1]
Foi ele o Fundador do Instituto Musical, bela iniciativa, mas de curta duração.[1]
Escritor elegante e erudito, deixou traduções de várias obras didácticas da especialidade, entre as quais os Tratados de Harmonia de Émile Durand e de François Bazin, e o Tratado de Orquestração de François-Auguste Gevaert.[1]
De 1890 a 1898, foi o Redactor principal da revista "Amphion", e, desde 1893 até pouco antes do seu falecimento, manteve a secção musical do "Diário de Notícias".[1]
Fez parte do Júri da Secção Musical da Exposição Industrial de 1888.[1]
Júlio Cândido Neuparth, em cada composição que apresentava, patenteava sempre a sua personalidade musical. Dotado de inspiração e duma profunda ciência, as suas obras são um modelo de técnica.[1]
Reuniu em volume as crónicas que publicou no "Diário de Notícias", dando-lhe por título Os grandes períodos da música, constituindo um resumo da História Geral da Música.[1]
Era Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e da Academia Francesa, de Paris.[1]
Como Júlio Neuparth, Professor de Harmonia do Conservatório de Lisboa, foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem de Santiago a 27 de Janeiro de 1910 (Diário do Governo, N.º 22, 31 de Janeiro de 1910).[1][3]
Sucedeu a seu pai na Direcção da casa Augusto Neuparth e Neuparth & C.ª de produção e comercialização de instrumentos e edições musicais,[4] ligando-se com Ricardo Felgueiras, empregado da casa. Nasceu, assim, a Firma Neuparth & C.ª, à qual sucedeu Neuparth & Carneiro e, a poucos anos antes de meados do século XX, Valentim de Carvalho, L.da.[1]
Casamento e descendência
Casou no Porto, Igreja de São Nicolau, a 7 de Setembro de 1891 com Herzília Laura de Sousa Melo (Porto, Miragaia, 8 de Maio de 1867 - 1943),[5] filha de António José de Sousa Melo (Porto, São Nicolau, c. 1842 - c. 1907), Funcionário da Intendência da Marinha, morador na Rua de Miragaia, 11, em Miragaia, Porto,[6] e de sua mulher Rosa Cândida Pinto (Porto, Miragaia, c. 1847 - c. 1917),[7] neta paterna de Manuel José de Sousa Pinto (Ponte de Lima, Ardegão, c. 1817 - c. 1882)[8] e de sua mulher Ana Joaquina de Sousa (Porto, Massarelos, c. 1822 - c. 1892),[9] e neta materna de João José da Costa Arantes (Porto, Miragaia, c. 1822 - c. 1887)[10] e de sua mulher Rosa Cândida Pinto (Porto, Miragaia, c. 1827 - c. 1897),[11] da qual teve quatro filhas e três filhos.
Morreu na Rua do Loreto, 13 - 3.º, em Lisboa.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. 18. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. 644
- ↑ a b «Júlio Cândido Neuparth». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz (2012). Mercês Honoríficas do Século XX (1900-1910). Lisboa: Guarda-Mor. 269
- ↑ "augusto+neuparth"+músico&oq=&gs_l=mobile-gws-hp.1.0.41.0.0.0.2575.1.0.0.1.1.0.0.0..0.0.ccynfh...0...1..64.mobile-gws-hp..0.1.58.1.7b7JPWXOtFw#q=%22Augusto+Neuparth+e+Neuparth+%26+C%C2%AA%22 https://www.google.pt/search?site=&source=hp&ei=8HvoVbOkN8joUqjBprAC&q="augusto+neuparth"+músico&oq=&gs_l=mobile-gws-hp.1.0.41.0.0.0.2575.1.0.0.1.1.0.0.0..0.0.ccynfh...0...1..64.mobile-gws-hp..0.1.58.1.7b7JPWXOtFw#q=%22Augusto+Neuparth+e+Neuparth+%26+C%C2%AA%22. Consultado em 3 de Setembro de 2015 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Herzília Laura de Sousa Melo». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «António José de Sousa Melo». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «Rosa Cândida Pinto». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «Manuel José de Sousa Pinto». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «Ana Joaquina de Sousa». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «João José da Costa Arantes». Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑ «Rosa Cândida Pinto». Consultado em 29 de Novembro de 2015
Bibliografia
- Memórias Genealógicas de Lisboa, de Luís Filipe de Lara Everard do Amaral, 1990, Capítulo - Neuparth.
- Miscelânea, de Jaime Croner de Sant'Ana e Vasconcelos Moniz de Bettencourt, Edição do Autor, Lisboa, 2000, p. 75.