António Pires de Carvalho

António Pires de Carvalho
António Pires de Carvalho
Nascimento 30 de março de 1864
Casal de Ermio
Morte 2 de setembro de 1947
Lousã
Cidadania Portugal
Alma mater
  • Universidade de Coimbra
Ocupação médico, político
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António Augusto Pires de Carvalho (Casal de Ermio (Lousã), 30 de março de 1864 — Lousã, 2 de setembro de 1947) foi um médico e político que, entre outras funções de relevo, foi deputado e senador no Congresso da República e Ministro do Comércio e Comunicações do 32.º governo republicano, em funções de 19 de outubro a 5 de novembro de 1921.[1][2][3]

Biografia

Nasceu em Casal de Ermio, Lousã, filho de António Maria de Carvalho e de Maria José Pires de Carvalho. Fez os estudos secundários em Coimbra, cidade onde depois frequentou o curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Coimbra, obtendo o grau de bacharel em 1895. Ainda estudante aderiu ao ideário republicano e participou na revolta de 31 de Janeiro de 1891 como membro do Comité de Coimbra. Era membro da Carbonária, tendo integrado a respetiva Junta Central, e militou inicialmente no Partido Republicano Português, a cujo diretório pertenceu. Em 1908 presidiu à Comissão Municipal Republicana de Vila Nova de Gaia e ao Centro Democrático da Lousã e integrou a Comissão do Centro do País que apoiou a revolução de 5 de Outubro de 1910.[3]

Terminado o curso dedicou-se ao exercício da medicina, mas após a proclamação da República Portuguesa, em 5 de outubro de 1910, foi nomeado director da Penitenciária de Coimbra e depois da Penitenciária de Lisboa. Com a fragmentação do Partido Republicano Português, foi outubrista e integrou o Partido Republicano da Esquerda Democrática, participando no seu diretório.

Era apoiante de António José de Almeida, sendo eleito deputado pelo círculo eleitoral de Coimbra à Assembleia Constituinte de 1911, passando no ano seguinte a senador no Congresso da República. Voltou a ser eleito deputado nas eleições legislativas de 1915 e de 1919. Integrou o governo que resultou da intentona de 19 de Outubro de 1921, a Noite Sangrenta, ocupando a pasta de Ministro do Comércio e Comunicações, em funções entre aquela data e a 5 de novembro do mesmo ano. Nesse mesmo governo foi interinamente Ministro do Trabalho. Em 1922 foi candidato a deputado pelo círculo eleitoral de Lisboa, não sendo eleito.[3]

As suas ligações à ala mais esquerdista do republicanimos levou a que fosse preso em 3 de abril de 1928, acusado de integrar grupos civis revolucionários. A 4 de maio de 1928 foi deportado para a ilha de São Tomé, colónia de onde evadiu. Voltou a ser preso a 10 de novembro de 1933, em Coimbra, acusado ser um dos responsáveis pelo jornal clandestino A Verdade. Foi deportado para a Fortaleza de São João Baptista do Monte Brasil, em Angra do Heroísmo, mas em maio de 1934 foi autorizado a regressar, tendo sido libertado no dia 24 desse mês.[3] Fixou residência na sua freguesia natal de Casal de Ermio, onde viveu até falecer.

Pires de Carvalho é recordado na toponímia da Lousã, onde existe o Largo e a Rua Doutor Pires de Carvalho.[3]

Referências

  1. A. H. Oliveira Marques (coord.), Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926), p. 150. Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, 2000.
  2. António José Queirós, A Esquerda Democrática e o Final da Primeira República, p. 385. Livros Horizonte, 2008.
  3. a b c d e Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Lousã.
Controle de autoridade
  • Wd: Q130147955
  • WorldCat
  • VIAF: 99925426
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  • e
32.º governo republicano (1921)
Presidente do Ministério
Manuel Maria Coelho, 82.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Vasco Guedes de Vasconcelos não empossado António Arez
Finanças
Francisco António Correia
Guerra
José Cortês dos Santos
Marinha
Vítor Macedo Pinto não empossado Francisco Luís Ramos
Negócios Estrangeiros
Comércio e Comunicações
António Pires de Carvalho
Colónias
Instrução Pública
Trabalho
António Pires de Carvalho interino Alfredo Azevedo e Sousa • Manuel Maria Coelho interino
Agricultura
← 31.º governo (1921) • 33.º governo (1921) →
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  • e

Herculano Galhardo Junta Revolucionária Francisco Xavier Esteves Manuel Pinto Osório Francisco Xavier Esteves (interino) Joaquim Mendes do Amaral João Alberto de Azevedo Neves Manuel Pinto Osório (2.ª vez) João Pinheiro (interino) Manuel Pinto Osório (2.ª vez; continuação) Júlio Martins Ernesto Navarro Jorge de Vasconcelos Nunes (não empossado) Ernesto Navarro (reconduzido) Jorge de Vasconcelos Nunes Aníbal de Azevedo José Domingues dos Santos Francisco Velhinho Correia António Joaquim Ferreira da Fonseca António Granjo Francisco Fernandes Costa António Curson António Pires de Carvalho • Vasco Borges Vitorino Guimarães (interino) Nuno Simões Eduardo Alberto Lima Basto Vasco Borges (2.ª vez; inicialmente interino) Fernando Brederode João Vaz Guedes Pedro Pita • António Joaquim Ferreira da Fonseca (2.ª vez) Nuno Simões (2.ª vez) Hélder Ribeiro (interino) Henrique Pires Monteiro • Plínio Silva Frederico Ferreira de Simas Manuel Gaspar de Lemos Nuno Simões (3.ª vez) Manuel Gaspar de Lemos (2.ª vez; interino)

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António Maria da Silva Eduardo Alberto Lima Basto Junta Revolucionária Feliciano da Costa Henrique Forbes de Bessa • Eurico Cameira Augusto Dias da Silva • Jorge de Vasconcelos Nunes José Domingues dos Santos José Joaquim Fernandes de Almeida (não empossado) José Domingues dos Santos (reconduzido) Amílcar Ramada Curto Bartolomeu Severino José da Costa Júnior • Júlio Ernesto de Lima Duque Adriano Pimenta (não empossado) António Joaquim Ferreira da Fonseca (interino) José Domingues dos Santos (2.ª vez) Tomé de Barros Queirós (interino) Júlio Ernesto de Lima Duque (2.ª vez) António Pires de Carvalho (interino) Alfredo Azevedo e Sousa • Manuel Maria Coelho (interino) António Alberto Torres Garcia (não empossado) Francisco Trancoso (interino) Augusto Alves dos Santos Vasco Borges (interino no final) Leonardo Coimbra (interino) Alberto Rocha Saraiva Pedro Pita (interino) Júlio Ernesto de Lima Duque (3.ª vez) Rodolfo Xavier da Silva João de Deus Ramos Ângelo Sampaio Maia António do Lago Cerqueira Francisco Alberto da Costa Cabral

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