Alfredo Machado e Costa

Alfredo Machado e Costa
Alfredo Machado e Costa
Nascimento 31 de dezembro de 1870
Coimbra
Morte 1952
Lisboa
Cidadania Portugal
Alma mater
  • Academia Militar
  • Universidade de Coimbra
Ocupação oficial, professor, político
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Alfredo Augusto de Oliveira Machado e Costa (Coimbra, 31 de dezembro de 1870 — Lisboa, 1952) foi um oficial de Artilharia do Exército Português, professor do Colégio Militar e do Instituto Industrial de Lisboa, lente catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa e diretor do respetivo Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico, que se destacou no campo da Mineralogia, constituindo uma importante coleção mineralógica. Também teve importante atividade política, tendo sido Ministro do Comércio e Comunicações no 3.º Governo da Ditadura Militar.[1][2][3]

Biografia

Militar do Exército Português, assentou praça como voluntário no Regimento de Cavalaria n.º 2 em 11 de agosto de 1887. Frequentou o Real Colégio Militar e o curso preparatório para a Arma de Artilharia da Escola do Exército. Concluído o curso de Artilharia, foi promovido a segundo-tenente em 29 de dezembro de 1892, a primeiro-tenente em 10 de janeiro de 1895, a capitão em 8 de junho de 1911, a major em 18 de março de 1916, a tenente-coronel em 16 de fevereiro de 1918 e a coronel em 16 de março de 1920.[4]

Complementou o curso de Artilharia o curso de Filosofia Natural da Faculdade de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra, onde obteve em 1897 o grau de bacharel formado em Matemática e Filosofia. Foi nomeado docente de Ciências Naturais e Físico-Químicas no Real Colégio Militar, onde desenvolveu durante vários anos atividade no respetivo museu, contribuindo para o desenvolvimento das coleções destinadas ao ensino prático das disciplinas da História Natural. Para a coleção obteve a contribuição de alunos e docentes do Colégio Militar, das autoridades da administração colonial e da Comissão Geológica de Portugal. Em paralelo desempenhou funções de adjunto do Depósito Geral de Material de Guerra.

Entretanto concorreu ao cargo de docente da Faculdade de Ciências de Lisboa, iniciando funções em 1914 como segundo-assistente. Assegurou a regência das principais áreas disciplinares da Geologia e Mineralogia, algumas desde o início, como aconteceu com a cadeira de Mineralogia e Petrologia, praticamente desde 1914, e a de Paleontologia, cujo regime semestral obrigava a limitar à paleontologia zoológica.[1] Ao longo dos anos foi acumulando novas regências, nomeadamente a Cristalografia, na qual susbstituiu o engenheiro de minas Francisco Roquette (1844-1931), a Geografia Física e Física do Globo, em substituição do engenheiro Francisco Luís Pereira de Sousa (1870-1931), e o Curso Geral de Mineralogia e Geologia, em substituição de Alfredo Freire de Andrade.[1]

Paraleleamente regeu desde 1923 a cadeira de Mineralogia e Geologia no Instituto Industrial de Lisboa, onde colaborou igualmente na organização das coleções de mineralogia do respetivo Museu.[1] Foi ainda Diretor do Instituto Comercial de Lisboa em 1926. Em 5 de janeiro de 1928 foi nomeado Ministro do Comércio e Comunicações do 3.º Governo da Ditadura Militar, presidido pelo general Óscar Carmona. Foi chamado para o Governo para substituir Artur Ivens Ferraz, mas a sua passagem pela governação foi efémera, já que o Governo foi exonerado a 18 de abril de 1928.

Em 1931, já como lente catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa, passou a assegurar a direção do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico, sucedendo no cargo ao engenheiro Pereira de Sousa.

Foi representante de Portugal na Secção Vulcanológica da União Geofísica Internacional. Em 24 de maio de 1926 foi nomeado representante do Governo Português no Congresso Internacional de Geologia em Madrid.

Ao longo da sua carreira, foi agraciado com os graus de grande-oficial e cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis, com a grã-cruz da Ordem de Cristo, com o grau de comendador da Ordem de São Tiago, com a cruz de 3.ª casse da Ordem do Mérito Militar de Espanha. Foi condecorado com a Medalha Militar de Comportamento Exemplar, grau prata.[4] É lembrado na toponímia da vila de Ançã, na Rua Alfredo Machado e Costa.

Obras

Entre outras, é autor das seguintes obras:

  • As rochas eruptivas de Portugal : ensaios de análise micrográfica. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar, 1914.
  • A terra portuguêsa : ensaio de corografia scientifica. Lisboa : Tipografia da Cooperativa Militar, 1915.
  • O Colégio Militar : Memória Histórico-Pedagógica. Lisboa: Serviços Gráficos do Exército, 1922.
  • «Escola Politécnica de Lisboa. A VII cadeira e os seus professores». Revista da Faculdade de Ciências, 2 (5): 43-88, 1940.
  • «O Museu Mineralógico e Geológico». Revista da Faculdade de Ciências, 1 (3): 121-175, 1938.
  • Inventário de Minerais. Colecção Colonial. Lisboa: Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa, 1938.
  • Inventário de minerais. Coleção geral, de pedras preciosas e de minerais de ornamentação. Lisboa: Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa, 1937.
  • A mineralogia quinhentista. Lisboa : [s.n.], 1941.
  • La diffusion initiale de la minéralogie portugaise. Lisboa : [s.n.], 1945.

Referências

  1. a b c d Dicionário Quem é Quem na Museologia Portuguesa: Alfredo Machado e Costa.
  2. Carlos Torre de Assunção, «Prof. A. A. d’Oliveira Machado e Costa (1870 -1952)». Boletim Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa, 7.º s., 22 (1954), pp. 3-57.
  3. João Carrington da Costa, «O Prof. Machado e Costa». Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, 10 (1952:I-II-III), pp. 193-196.
  4. a b O Registo de Autoridade no contexto da Biblioteca do Exército.
Controle de autoridade
  • Wd: Q54634282
  • WorldCat
  • VIAF: 305241147
  • PTBNP: 90207
  • v
  • d
  • e
3.º governo da ditadura (1926–1928)
Presidência de Gomes da Costa e Óscar Carmona
Presidente do Ministério
Óscar Carmona, 96.º chefe de governo de Portugal
Vice-presidente do Ministério
Ministros
Interior
Felisberto Pedrosa interino (1926) • José Ribeiro Castanho (1926) • Jaime Afreixo interino (1926) • José Ribeiro Castanho continuação (1926–1927) • Adriano da Costa Macedo (1927) • José Vicente de Freitas (1927–1928)
Justiça e dos Cultos
Finanças
João Sinel de Cordes (1926) • Manuel Rodrigues interino (1926) • João Sinel de Cordes continuação (1926–1927) • Manuel Rodrigues interino (1927) • João Sinel de Cordes continuação (1927–1928) • Artur Ivens Ferraz interino (1928) • Manuel Rodrigues interino (1928) • João Sinel de Cordes continuação (1928)
Guerra
Óscar Carmona (1926) • Abílio Passos e Sousa (1926–1928)
Marinha
Jaime Afreixo (1926–1927) • Abílio Passos e Sousa interino (1927) • Jaime Afreixo continuação (1927) • João Belo interino (1927) • Agnelo Portela (1927–1928)
Negócios Estrangeiros
Comércio e Comunicações
Abílio Passos e Sousa (1926) • Júlio César de Carvalho Teixeira (1926–1927) • Artur Ivens Ferraz (1927) • Abílio Passos e Sousa interino (1927) • Artur Ivens Ferraz continuação (1927–1928) • Alfredo Machado e Costa (1928)
Colónias
João Belo (1926–1927) • Artur Ivens Ferraz inicialmente interino (1927–1928) • Agnelo Portela interino (1928)
Instrução Pública
Artur Ricardo Jorge (1926) • Alfredo Magalhães (1926–1928)
Agricultura
← 2.º governo (1926) • 4.º governo (1928) →
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Ministros do Comércio de Portugal durante a Segunda República
Ditadura Militar (1926–1928), Ditadura Nacional (1928–1933) e Estado Novo (1933–1974)

Junta de Salvação Pública José Mendes Cabeçadas (inicialmente interino) Ezequiel de Campos (interino; não empossado) Adolfo Pina (não empossado) Abílio Passos e Sousa Júlio César de Carvalho Teixeira Artur Ivens Ferraz Abílio Passos e Sousa (interino) Artur Ivens Ferraz (continuação) Alfredo Machado e Costa • José Bacelar Bebiano José de Araújo Correia José Bacelar Bebiano (2.ª vez; interino) Eduardo Aguiar de Bragança José Vicente de Freitas (interino) João Antunes Guimarães Sebastião Ramires Leovigildo Franco de Sousa (interino) Sebastião Ramires (continuação) Rafael Duque (interino) Sebastião Ramires (continuação) Pedro Teotónio Pereira João Lumbrales João Mota de Campos

Bandeira ministerial portuguesa
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Terceira República »
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Ministros das Comunicações de Portugal durante a Segunda República
Ditadura Militar (1926–1928), Ditadura Nacional (1928–1933) e Estado Novo (1933–1974)

Junta de Salvação Pública José Mendes Cabeçadas (inicialmente interino) Ezequiel de Campos (interino; não empossado) Adolfo Pina (não empossado) Abílio Passos e Sousa Júlio César de Carvalho Teixeira Artur Ivens Ferraz Abílio Passos e Sousa (interino) Artur Ivens Ferraz (continuação) Alfredo Machado e Costa • José Bacelar Bebiano José de Araújo Correia José Bacelar Bebiano (2.ª vez; interino) Eduardo Aguiar de Bragança José Vicente de Freitas (interino) João Antunes Guimarães Duarte Pacheco Joaquim Abranches Manuel Rodrigues Duarte Pacheco (2.ª vez) João Lumbrales (interino) Augusto Cancela de Abreu Manuel Gomes de Araújo Marcelo Caetano (interino) Manuel Gomes de Araújo (2.ª vez) Carlos Ribeiro • José Machado Vaz José do Canto Moniz Fernando de Oliveira • Rui Sanches

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